quarta-feira, 29 de setembro de 2010

da leitura

"Não leiais para refutar ou contradizer, para aceitar ou aquiescer, para perorar ou discursar, mas para ponderar e considerar. Certos livros devem ser provados; outros engolidos; uns poucos mastigados e digeridos. Quer dizer: devemos ler certos livros apenas parceladamente; outros incuriosamente, e uns poucos da primeira à última página, com diligência e atenção. Alguns livros podem mesmo ser lidos por terceiros, que nos farão deles um apanhado, mas isso somente no caso de assuntos desimportantes, e de livros medíocres, pois livros resumidos são como água destilada: insípidos.
O ler faz um homem completo, o conferir destro, o escrever exacto."


(Francis Bacon, in "Ensaios Civis e Morais"
)

terça-feira, 28 de setembro de 2010

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

trabalho e descanso na justa medida

"A mente não se deve manter sempre na mesma intenção ou tensão, antes deve dar-se também à diversão. Sócrates não se envergonhava de brincar com as crianças, Catão aliviava com vinho o seu ânimo fatigado dos cuidados públicos e Cipião dançava com aquele corpo triunfante e militar (...) O nosso espírito deve relaxar: ficará melhor e mais apto após um descanso. Tal como não devemos forçar um terreno agrícola fértil com uma produtividade ininterrupta que depressa o esgotaria, também o esforço constante esvaziará o nosso vigor mental, enquanto um curto período de repouso restaurará o nosso poder. O esforço continuado leva a um tipo de torpor mental e letargia. Nem os desejos dos homens devem encaminhar-se tão depressa nesta direcção se o desporto e o jogo os envolvem numa espécie de prazer natural; embora uma repetida prática destrua toda a gravidade e força do nosso espírito. Afinal, o sono também é essencial para nos restaurar, mas se o prolongássemos constantemente, dia e noite, seria a morte."

(Séneca, in "Da Brevidade da Vida")

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

desafio I

Para quem cá mora, ou conhece.. Tente ir daqui:Aqui, a pé:A distância não é muita e andar faz bem. Por isso, pus-me a caminho, pelo passeio..:
Até onde ele me deixou ir, ou melhor, até ao momento em que ele deixou de existir!!!:
A partir daí segui pela beira da estrada, onde os automóveis passam com velocidade, duvido que inferior ao 40kms/h indicados no sinal, pelo fosso, ou pela terra..
Cheguei ao sinal indicativo, e iniciaram-se os rails de protecção:
Por onde seguir?!, a questão surgiu novamente..:
Decisão tomada continuei a caminhar, e eis senão quando, os rails terminaram e iniciou-se o passeio!!!!
E a partir daqui a viagem correu com normalidade, por passeios e passadeiras:
E finalmente, avistei o destino.. Não, não é o hospital (que está em bom ritmo de construção), mas a zona comercial, como se vê na placa:
A minha questão é simples: porque não existe passeio em todo o percurso?? Porque não estão todas as condições criadas? Assim, como podem as pessoas deixar os carros em casa, para tão simplesmente percorrer as suas imediações?! São apenas alguns metros de passeio e a segurança está criada. O alerta está dado.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

summer spirit

"O espírito é o sal da conversa, não o seu alimento"
(William Hazlitt)

"e se"

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

(des)encontro

"A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro na vida"
(Vinicius Moraes)

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

sábado, 18 de setembro de 2010

eternidade

"devagar, o tempo transforma tudo em tempo.
o ódio transforma-se em tempo, o amor
transforma-se em tempo, a dor transforma-se
em tempo.

os assuntos que julgámos mais profundos,
mais impossíveis, mais permanentes e imutáveis,
transformam-se devagar em tempo.

por si só, o tempo não é nada.
a idade de nada é nada.
a eternidade não existe.
no entanto, a eternidade existe.

os instantes dos teus olhos parados sobre mim eram eternos.
os instantes do teu sorriso eram eternos.
os instantes do teu corpo de luz eram eternos."


(José Luís Peixoto, in "A Casa, A Escuridão")

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

esperam e desesperam

"Estamos enterrados em convenções até ao pescoço: usamos as mesmas palavras, fazemos os mesmos gestos. A poeira entranhada sufoca-nos. Pega-se. Adere. Há dias que não distingo estes seres da minha própria alma: há dias em que através das máscaras vejo outras fisionomias, e, sob a impassibilidade, dor, há dias em que o céu e o inferno esperam e desesperam." (Raúl Brandão)