domingo, 1 de abril de 2007

A espantosa realidade das cousas

"A espantosa realidade das cousas
É a minha descoberta de todos os dias.
Cada cousa é o que é,
E é difícil explicar a alguém quanto isso me alegra,
E quanto isso me basta.

(..)

As vezes ponho-me a olhar para uma pedra.
Não me ponho a pensar se ela sente.
Não me perco a chamar-lhe minha irmã.
Mas gosto dela por ela ser uma pedra,
Gosto dela porque ela não sente nada.
Gosto dela porque ela não tem parentesco nenhum comigo.
Outras vezes oiço passar o vento,
E acho que só para ouvir passar o vento vale a pena ter nascido.
Eu não sei o que é que os outros pensarão lendo isto;
Mas acho que isto deve estar bem porque o penso sem estorvo,
Nem idéia de outras pessoas a ouvir-me pensar;
Porque o penso sem pensamentos
Porque o digo como as minhas palavras o dizem."

Alberto Caeiro, in "A espantosa realidade das cousas"

E a "cousa" de que neste blog vamos falar é uma realidade que está a surgir na Ramada: o Jardim da Amoreira.

Para já deixo-vos uma foto do que começa a surgir:


Até próximo post! Aguardo vossos comentários, opiniões, sugestões, dúvidas ou criticas.