quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

destino

"Temo, Lídia, o destino. Nada é certo.
Em qualquer hora pode suceder-nos
O que nos tudo mude.

Fora do conhecido é estranho o passo
Que próprio damos."


(Ricardo Reis, in "Odes"
Heterónimo de Fernando Pessoa)

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

domingo, 26 de dezembro de 2010

luck

"A sorte de ter talento não basta; é preciso, também, ter talento para a sorte"
(Hector Berlioz)

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

dono e escravo

"Sê dono da tua vontade e escravo da tua consciência"
(Aristoteles)

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

a tudo pese

"Mas o que vê e ouve ou lê nada mais lhe traz senão matéria-prima de pensamento, já livre de muita impureza de minério bruto, porquanto antes do seu outros pensamentos o pensaram; mas, por o pensarem, alguma outra impureza lhe terão juntado. Nunca se precipite, pois, a aderir; não se deixe levar por nenhum sentimento, excepto o do amor de entender, de ver o mais possível claro dentro e fora de si; (..) acredite fundamentalmente na dúvida construtiva e daí parta para certezas que nunca deixe de ver como provisórias, excepto uma, a de que é capaz de compreender tudo o que for compreensível; ao resto porá de lado até que o seja, até que possa pôr nos pratos da sua balancinha de razão. A tudo pese. Pense."

(Agostinho da Silva, in 'Textos e Ensaios Filosóficos'
)

domingo, 5 de dezembro de 2010

sábado, 4 de dezembro de 2010

só o consente

"A verdade é amor — escrevi um dia. Porque toda a relação com o mundo se funda na sensibilidade, como se aprendeu na infância e não mais se pôde esquecer. É esse equilíbrio interno que diz ao pintor que tal azul ou vermelho estão certos na composição de um quadro. É o mesmo equilíbrio indizível que ao filósofo impõe a verdade para a sua filosofia. Porque a filosofia é um excesso da arte. Ela acrescenta em razões ou explicações o que lhe impôs esse equilíbrio, resolvido noutros num poema, num quadro ou noutra forma de se ser artista. Assim o que exprime o nosso equilíbrio interior, gerado no impensável ou impensado de nós, é um sentimento estético, um modo de sermos em sensibilidade, antes de o sermos em. razão ou mesmo em inteligência. Porque só se entende o que se entende connosco, ou seja, como no amor, quando se está «feito um para o outro». Só entra em harmonia connosco o que o nosso equilíbrio consente. E só o consente, se o amar. Porque mesmo a verdade dos outros — a política, por exemplo — se temos improvavelmente de a reconhecer, reconhecemo-la talvez no ódio, que é a outra face do amor e se organiza ainda na sensibilidade."

(Vergílio Ferreira, in "Pensar")