sábado, 30 de maio de 2009

quinta-feira, 28 de maio de 2009

medo

"Não tenhas medo do passado. Se as pessoas te disserem que ele é irrevogável, não acredites nelas. O passado, o presente e o futuro não são mais do que um momento na perspectiva de Deus, a perspectiva na qual deveríamos tentar viver. O tempo e o espaço, a sucessão e a extensão, são meras condições acidentais do pensamento. A imaginação pode transcendê-las, e mais, numa esfera livre de existências ideais. Também as coisas são na sua essência aquilo em que decidimos torná-las."
(Oscar Wilde, in 'De Profundis')

quarta-feira, 27 de maio de 2009

terça-feira, 26 de maio de 2009

quarta-feira, 20 de maio de 2009

terça-feira, 19 de maio de 2009

segunda-feira, 18 de maio de 2009

historia da planta

"A raiz: Do mundo não vejo nada,
Pois vivo sempre enterrada,
Mas não me entristeço, não,
Seguro a planta e a sustento
Sugando água e alimento.

O caule: Sou tronco que levanta
E estende para os espaços
Braços, braços e braços
Colhendo a luz para a planta.

A folha: Da planta sou o pulmão
Mas além de respirar,
Tenho uma grande função:
Roubo energia solar.

A flor: Sou a mãe da vegetação
e me perfumo e me enfeito
para criar em meu peito
plantinhas que nascerão.

O fruto: Sou o cálice da flor,
Que inchou e ficou maduro
Pela força do calor
E guardo em mim, com amor,
As plantinhas do futuro."

( Ofélia e Narbal Fontes^)

18 Maio, Dia Mundial da Conservação das Plantas

sábado, 16 de maio de 2009

quarta-feira, 13 de maio de 2009

poesia robótica

Tristan Tzara, um dos fundadores do movimento Dada do início do século passado, inventou a seguinte técnica para fazer poesia: pega-se num jornal, escolhe-se uma notícia com a dimensão apropriada, corta-se com uma tesoura cada palavra e metem-se as tiras num saco. Depois, com os olhos fechados, vai-se tirando uma a uma e alinhando pela ordem de extracção. O poema está feito. O aleatório emergiu com força na arte. É visto como um modelo excelente de experimentação, um processo inovador que introduz um factor não-humano na criação artística, mas, sobretudo, o aleatório é entendido como um mecanismo revolucionário, uma subversão.

Em 2006 surgiu, ISU, um robô poeta. Escreve letras e palavras que formam composições sem sentido. É o primeiro grande poeta da era das máquinas criativas. ISU não tem racionalidade nem é consciente dos seus actos. Mas consegue produzir deslumbramento e desencadear sentidos na mente do observador humano. Considerações como o ser ou não arte ou a ausência do emocional, são pura perda de tempo e um desvio do essencial.ISU é mesmo um poeta. ISU cria uma poesia única, tremendamente original, vocacionada para inaugurar futuros.


ISU faz uso de processos aleatórios, mas nem tudo na sua acção é fruto do acaso. A reacção às condições ambientais, ou seja, a percepção do estado do poema a cada momento, determina muito do seu comportamento. Nomeadamente, se escreve mais ou dá o poema por terminado.Também a escrita é condicionada ao conjunto de palavras disponíveis no dicionário, o qual varia conforme as circunstâncias ou, por exemplo, a língua. Contudo, ISU não escolhe palavras mas sim letras. Começa por escrever uma primeira aleatoriamente, depois verifica que outras letras se poderão seguir de forma a construir uma palavra. Se existirem várias, volta a escolher aleatoriamente, e por aí fora. Quando termina o poema ISU desloca-se para o canto inferior direito e assina.





Temos agora ao nosso dispor, um livro com 30 poemas escritos pelo robô ISU, criado por Leonel Moura.
Os poemas reunidos neste livro foram realizados durante o período de uma semana. Dotado de um dicionário baseado num conjunto de poemas de autores conhecidos – com destaque para Herberto Helder – ISU produziu cerca de uma centena. Muitos deles apresentam uma tal sobreposição de palavras que tornam a leitura impraticável. Assim, foram escolhidos os 30 mais legíveis. Do mesmo modo e dada a pequena dimensão do papel foi retirada a capacidade de assinar. Na linha da poesia automática de surrealistas e dadaístas ISU produz poemas sem nexo, nem mensagem evidente. No entanto, tal como acontece no género citado, o observador tende a criar um sentido e, por vezes, a descobrir uma mensagem oculta.


sábado, 9 de maio de 2009

quinta-feira, 7 de maio de 2009

segunda-feira, 4 de maio de 2009

pessoas que não se esquecem II

"olá amigos!".cresci contigo.obrigada,amigo.

domingo, 3 de maio de 2009

intermitências

“Inquietar-se não significa forçosamente ter medo, poderá ser apenas o alerta da prudência, A prudência só serve para adiar o inevitável, mais cedo ou mais tarde acaba por se render, Espero que não seja o meu caso, E eu tenho a certeza de que o será."



"Não entendo nada, falar consigo é o mesmo que ter caído num labirinto sem portas, Ora ai está uma excelente definição da vida, Você não é a vida, Sou muito menos complicada Que ela, Alguém escreveu que cada um de nós é por enquanto a vida"

(José Saramago, in As Intermitências da Morte)

sexta-feira, 1 de maio de 2009

dia do trabalhador

"Um ofício que fosse de intensidade e calma
e de um fulgor feliz E que durasse
com a densidade ardente e contemporâneo
de quem está no elemento aceso e é a estatura
da água num corpo de alegria E que fosse fundo
o fervor de ser a metamorfose da matéria
que já não se separa da incessante busca
que se identifica com a concavidade originária
que nos faz andar e estar de pé
expostos sempre à única face do mundo
Que a palavra fosse sempre a travessia
de um espaço em que ela própria fosse aérea
do outro lado de nós e do outro lado de cá
tão idêntica a si que unisse o dizer e o ser
e já sem distância e não-distância nada a separasse
desse rosto que na travessia é o rosto do ar e de nós próprios"
(António Ramos Rosa, Um Ofício que Fosse de Intensidade e Calma , in "Poemas Inéditos")

pessoas que não se esquecem