sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Augusto Hilário

Augusto Hilário, nascido em Viseu no ano de 1864, foi o cantor que deu ao fado de Coimbra a forma-base que ainda hoje se mantém, o primeiro estilista do género. Estudante de medicina, actor, cultor da boémia e do romance, acompanhava-se à guitarra e escrevia os seus próprios poemas, embora musicasse igualmente contemporâneos seus como Guerra Junqueiro, António Nobre, João de Deus ou Teixeira de Pascoaes. Senhor de uma linda voz, de barítono, segundo uns, de tenor, segundo outros, as suas aparições em público eram sempre aclamadas.
Falecido prematuramente em 1896,ficou imortalizado no célebre Fado Hilário que até Amália gravou. Mas não serão muitos aqueles que identificarão o Fado Hilário com uma pessoa que existiu realmente.





O jornal O Primeiro de Janeiro recorda assim: " O Hylário, o querido boémio das serenatas alegres e doidejantes, improvisou durante o sarau esta quadra (...) e seguidamente ajoelhou e atirou (...) a sua mágica guitarra que ainda vibrava (...). Os espectadores pediram mais trovas".

1 comentário:

João Almeida disse...

Que sina desventurada
Me criou só para dois
Cada ventura sonhada
É desventura maior

Quantos caminhos cruzados, ai
A vida terei que andar!
Meus olhos já estão cansados, ai
Doutros olhos procurar

Já não posso ser contente
Trago a esperança perdida
Ando perdido entre a gente
Não morro, nem tenho vida